Não... Eu não aguentava vê-la chorar... Precisava fazer algo, precisava abraçá-la e lhe dizer que tudo ficaria bem, mas não podia. Se tentasse levaria um tapa, com certeza. Não havia para onde fugir, afinal eu havia começado aquilo tudo. Prendi a respiração por um tempo e enxuguei os olhos. Me aproximei mas um pouco dela e segurei seu queixo, nivelando nossos olhares. Tentando recuperar a calma, bufei e então finalmente disse, a voz ainda trêmula: - Eu... sou... G-gay.
Abaixei a cabeça e fui outra vez para perto da parede. Me virei de costas, para não olhá-la. Serrei os punhos e os bati fortemente contra parede. Não queria que fosse assim, não mesmo... Todos os nossos sonhos, todas as nossas promessas, todos os nossos beijos, todas as nossas declarações... Tudo me vinha a mente agora. Aquilo tudo, havia ficado para trás. Afinal, eu não era da praia dela.